Wednesday, December 16, 2009

Os Animais Ascendem?

OS ANIMAIS ASCENDEM?
Mensagem de Kuthumi Canalizadora por Lynette Leckie-Clark
01 de dezembro de 2009
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Saudações. Eu, Kuthumi, os saúdo novamente. Eu perguntei: “Os animais ascendem?” Um tema interessante. Algumas pessoas consideram determinados animais como sagrados, acima de si mesmos. Outros consideram os animais como uma ferramenta financeira.

Os animais são torturados, abusados, alguns ficam insanos com a crueldade com que eles são tratados. Outros consideram os animais como um transtorno, algo a ser atingido e morto. Outros vêem os animais simplesmente como alimento e pegam somente o que eles precisam.

Mas então há aqueles que tratam os seus animais escolhidos com grande amor. Eles alimentam, acalentam e até mimam este animal, emocional e amorosamente, tratando o animal como se fosse o seu próprio filho. Um contraste de atitudes, não é? Assim como há um reino humano, há um reino animal. Os animais servem ao reino humano, exatamente como os reinos minerais e dos vegetais fazem.

Há alguns animais que entram na cadeia alimentar para a humanidade. Eles vêm sabendo disto. Vocês acham que um pássaro, uma vaca, um cervo, não tem consciência, nem sentimentos? Vocês julgam assim porque eles não se comunicam como vocês, expressando uma linguagem. Entretanto, eles são capazes de chorar devido ao medo e pela dor.

Eles têm carne, sangue, ossos, e nervos como vocês. Eles têm também uma forma de inteligência. Conquanto esta não seja a um nível humano, ela existe. Eu posso lhes assegurar que eles realmente sentem dor – emocional e fisicamente.

É o momento para que a humanidade mude a sua atitude com o reino animal, de uma atitude de arrogância para a compaixão. Todos servem nos ciclos da vida, da existência.

Vamos considerar os animais que lhes chegam como um animal de estimação. Freqüentemente é um animal escolhido. Como há muitas espécies, eu falarei do cão ou do gato doméstico. Muitos virão para a vida de uma pessoa para curar a algum nível. Esta é freqüentemente uma cura emocional. Vocês fornecerão o alimento, o abrigo – um porto seguro. Em troca, vocês receberão amor incondicional e lealdade.

Muitos de vocês buscam encontrar estas qualidades em um relacionamento humano, e não podem. Assim, vocês dão muito amor e afeição ao seu animal de estimação. Freqüentemente o animal fica contente, simplesmente ao saber que eles estão com vocês no mesmo espaço. Muitos de vocês contam aos seus animais os seus problemas, preocupações, sentimentos. Vocês podem ver o animal olhando para vocês intensamente. Neste momento o animal compreende as suas emoções, os seus sentimentos.

Um cão freqüentemente caminhará com vocês e se vocês estiverem sentados, descansará a cabeça dele em sua perna. Isto equivale a um abraço humano. Os animais se comunicam em um nível diferente dos humanos. Entretanto, eles compreendem mais do que vocês percebem. Os olhos são os portais da alma. Isto também é verdade em relação a um animal.

Aqueles que escutam a sua alma compreenderão o que eu estou dizendo. Freqüentemente é difícil para vocês amarem, se doarem totalmente, incondicionalmente. Um animal pode. Muitos cães domésticos fazem isto. Eles aprenderam que a sua companhia humana é tudo o que importa. Que neste relacionamento haja amor, haja paz, haja confiança. Eles se tornam devotados, leais.

Quantos de vocês que experienciam um relacionamento íntimo com outro podem dizer o mesmo? Quantos podem amar incondicionalmente? Pensem nisto por um momento. Pois isto significa aceitar os vários padrões comportamentais do outro, tanto os agradáveis quanto os não tão agradáveis. Vocês podem aceitar verdadeiramente?

Um cão pode. E vocês os consideram inferiores a vocês. Algumas vezes o animal é o professor. Até quando vocês estão zangados, o cão não interfere, esperando até que a sua raiva tenha terminado antes de entrar em seu campo de energia. Ele faz isto sem julgamento.

Há alguns cães e gatos que virão até uma pessoa porque eles compartilharam uma existência anterior com eles. Naquele tempo pode não ter sido concluído e assim eles retornam.

Assim como duas almas humanas podem se reconhecer, assim podem a alma de um animal e uma alma humana se reconhecerem. Vocês sentem um reconhecimento instantâneo, uma consciência instantânea de conhecer a outra alma.

Sentem-se muito confortáveis um com o outro. Estes animais encarnam com um propósito. Uma afirmação deste canal me chega: “Ofereça um lar a um animal extraviado, e ele lhe retribuirá com bondade.” E vocês ainda dizem que não há inteligência em um animal? Eu lhes digo: pensem novamente. Fiquem em silêncio e observem.

Assim me perguntam: “Um animal ascende? O que vocês chamam de ascender? O que vocês acham que acontece? Assim como um humano vivencia existência após existência a aprendizagem e experiências, assim pode um animal doméstico. Eu digo doméstico por uma razão. Estes mantêm uma vibração mais elevada do que um animal selvagem.

Como a sua vibração se eleva e eles mantêm mais luz, mais amor, eles também percorrem um caminho mais elevado para a ascensão. Pois eles serviram à humanidade e à Deus, assim como vocês. Entendam, meus amigos, vocês acham que a ascensão está em aprender, estudar. Isto é a compreensão humana, a expressão humana.

Entretanto, a ascensão não pode ser atingida até que vocês venham verdadeiramente do seu coração, incondicionalmente, com amor, sem julgamento do outro. Sem prejudicar o outro, física ou verbalmente. Vocês entendem? Vocês compreendem os muitos níveis que existem no caminho para a ascensão?

Freqüentemente os laços se tornam muito fortes entre um humano e o seu animal doméstico. Ambos sentem isto e ambos respondem com amor e gentileza. O animal se torna parte da família. Exatamente como vocês requerem algumas vezes a cura universal, assim também o seu animal. Cães e gatos são muito intuitivos, como são os cavalos. Eles respondem fortemente aos vários campos de energia dos outros.

Eles freqüentemente absorvem as energias negativas, particularmente dos seus companheiros humanos. Eu não uso a sua palavra “proprietário”, pois nenhuma alma pode possuir outra, não. A energia da cura universal é de grande benefício, ela clarifica e cura o campo áurico do animal e o corpo físico – exatamente como ocorre com vocês. Isto prolonga a vida e restaura a harmonia em cada nível.

Vocês sabiam que estes animais domésticos também residem em uma dimensão mais elevada quando eles fazem a transição? Muitos são capazes de passar por um médium como este – o canal – para reconhecer a família humana que eles amaram tanto durante a sua experiência de vida, assim como vocês são capazes quando fazem a transição. Todos chegam com amor; a negatividade de qualquer tipo não pode existir naquele plano.

Enquanto vocês também elevam a sua vibração e são capazes de se comunicar em níveis mais elevados, muitos são agora capazes de se comunicar com o seu animal de estimação usando a telepatia. Assim, percebam, outros níveis de comunicação estão abertos para vocês.

Estejam abertos a todos com amor

Mestre Kuthumi

Cura Animal:

O Arcanjo Ariel, guardião do reino animal vem guiá-los em um espaço suave, onde vocês sejam capazes de enviar a cura e o amor à Terra e aos seus animais de estimação – aqueles no reino físico e aqueles no outro lado. Comuniquem-se, amem e curem os seus animais domésticos em todas as dimensões.


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"Os olhos com que veem esse mundo têm a limpidez e a perturbação dos primeiros olhares;
é por eles que descobrem objetos, nexos e sentidos que não é legítimo de modo nenhum
menosprezar. O desenho das crianças capta, no gesto com que esse olhar primordial se
transmuta em traço, uma parte da vida que não é visionável a partir de nenhum outro ponto
de vista. Reter esse olhar, ouvir essa voz, contém a surpresa de (nos) descobrirmos (n)a
infinita continuidade da renovação da vida: É preciso olhar toda a vida com os olhos das
crianças." (MATISSE, 1953).

"O mundo não é justo, eu sei, mas por
que ele nunca é injusto a meu favor?"
(William B. Watterson)

Tuesday, December 08, 2009

Telepatia, a Comunicação Silenciosa

www.filosofiaesoterica.com

Telepatia, a Comunicação Silenciosa

Como Ocorre a Comunhão das Ideias, no Oceano dos Pensamentos Humanos
Carlos Cardoso Aveline


Durante uma reunião, você tem uma ideia e no mesmo instante alguém fala a todos aquilo que você acaba de pensar. Você pode supor que é coincidência. Em outra ocasião, você pensa em alguém e em seguida toca o telefone. Você atende e escuta a voz de quem? Da pessoa em quem pensava. Você pode forçar-se a concluir que é um acaso. Mas um dia você acorda lembrando de um amigo de quem não tem notícias há muitos anos e, horas depois, recebe uma carta dele. Ou você chega a uma reunião no momento exato em que seu próprio nome está sendo mencionado.

Embora sejam comuns na vida diária, nenhum destes fatos é uma simples coincidência. Eles constituem exemplos concretos de uma das funções mais fascinantes da consciência humana: a telepatia, a percepção ou transmissão de sentimentos e pensamentos a distância.

O termo “telepatia” é feito de duas palavras gregas; “tele” (“à distância”), e “pathos” (sentimento, sofrimento). O significado literal é “sentir a uma distância”. O termo engloba, portanto, mais do que a mera transmissão de pensamentos lógicos e definidos. Inclui todos os tipos de contato entre duas ou mais mentes, quando este contato transcende a ajuda dos cinco sentidos.

O fenômeno é mais comum do que geralmente se pensa, mas acontece quase sempre de modo semi-consciente ou inconsciente. Se todos soubessem que a telepatia se processa o tempo todo e está presente nos vários aspectos da vida diária, teriam mais cuidado não só com o que dizem, mas também com o que pensam e sentem em relação a cada pessoa e situação.

A afinidade magnética que possibilita a telepatia pode ser harmoniosa ou desarmoniosa. As trocas telepáticas são fonte de sofrimento ou de bênçãos. Nem tudo que é similar se harmoniza. Nem tudo que é diferente se complementa. Para evitar problemas, a melhor coisa a fazer é deixar de pensar de maneira errada e aprender a pensar corretamente.

Em certas condições, e especialmente quando fazemos silêncio em nossas mentes, somos capazes de ouvir pensamentos. Não escutamos palavras, mas percebemos as ideias e os sentimentos íntimos dos outros. Os pensamentos se transmitem de modo natural. A telepatia ocorre em silêncio e ao lado da comunicação verbal. Ela se apóia na palavra como seu veículo e instrumento. É ela que dá um sentido mais profundo ao que uma pessoa fala ou escuta. A telepatia re-escreve um velho ditado popular e afirma:

“O que os olhos não vêem, o coração sente”.

Uma família, um grupo de amigos e uma escola de filosofia são de certo modo campos telepáticos. São territórios sutis habitados por grupos de pensamentos e sentimentos. A telepatia inconsciente também é responsável em grande parte pelo fenômeno dos hábitos coletivos e das opiniões que passam a ser consenso. E ela explica o fenômeno da liderança.

A transmissão de ideias faladas ou escritas é, assim como a telepatia, um processo magnético. Uma ideia correta, lançada por alguém num momento e num contexto favoráveis, se transmite com rapidez às consciências de muitos. A mesma ideia correta, lançada em momento ou contexto desfavoráveis, pode não ser recebida magneticamente por mente alguma, necessitando de muito tempo para ter o seu valor reconhecido.

Em todas as épocas, os pioneiros da evolução devem abrir terreno novo em condições difíceis, desafiando o peso acumulado da ignorância coletiva, até que suas ideias sejam reconhecidas e se transmitam amplamente, rasgando o véu das ilusões anteriores. Os pioneiros da fraternidade universal, por exemplo, trabalham há muitos milênios, e não mantêm viva apenas a percepção deste ideal, mas preservam acima de tudo a sabedoria e o discernimento que o tornam possível. A tarefa deve prosseguir até que, no momento certo, a humanidade desperte do sonho empobrecedor que é a ausência de fraternidade.

No plano individual, a telepatia é uma forma de diálogo direto das auras humanas. Ela reforça e acelera os processos de afinidade e desarmonia. Quando um cidadão conhece alguém e simpatiza com a pessoa, pensa bem dela. O pensamento e o sentimento positivos chegam até o outro e – se houver real afinidade – podem surgir a amizade e a cooperação.

Quando o indivíduo antipatiza com alguém, seus pensamentos e sentimentos chegam de modo igualmente certeiro à outra pessoa e, se outros fatores não forem mais fortes, surgirá um sentimento negativo recíproco.

Uma conclusão prática a ser tirada deste fato é que se você alimentar sentimentos equilibrados e construtivos para com todos – mesmo os que lhe são antipáticos – a lei da reciprocidade magnética e da circulação dos pensamentos e sentimentos fará com que você colha os bons frutos que plantou. O universo não tem – nem permite – segredos duradouros que signifiquem incomunicação ou separação.

Há apenas coisas que o indivíduo ainda não entende, ou para as quais não está preparado. Os verdadeiros segredos esotéricos, por exemplo, são preservados apenas porque ocorrem em planos de pensamento abstrato e universal que não podem ser alcançados pela mente despreparada e desatenta, e teriam efeitos nocivos sobre ela.

A lei do carma não admite exceções: o que vai, volta, o que se planta, se colhe. Tudo o que você faz, pensa, sente, sonha e pretende em relação aos outros e a si mesmo fica registrado e, seja bom ou ruim, dará seus frutos no devido tempo, incluindo vidas futuras da sua alma imortal. Este é o grande poder, e a enorme responsabilidade, do pensamento humano.

O magnetismo das ideias solidárias é propício à transmissão telepática. Isto não significa que os sentimentos rancorosos não se transmitam. Eles se transmitem bem no curto prazo, mas a médio e longo prazo tendem a provocar incomunicação e isolamento.

Rancor e pessimismo provocam separatividade. O magnetismo da solidariedade une e desperta confiança. Para a pensadora Helena Blavatsky, a única coisa que pode separar duas mentes é a diferença entre os estados de espírito delas, e não a eventual distância física. Ela escreveu:

“Não está muito longe o dia em que o mundo da ciência será forçado a reconhecer que pode existir tanta interação entre duas mentes, seja qual for a distância entre elas, como entre dois corpos em contato direto. Quando duas mentes estão harmoniosamente relacionadas e os instrumentos pelos quais elas funcionam estão regulados de modo a responder magnética e eletricamente um ao outro, não há nada que possa impedir a transmissão voluntária de pensamentos de uma mente para a outra; porque, como a mente não tem uma natureza física, a distância não pode separá-la do objeto da sua contemplação, e a única diferença que pode haver entre duas mentes é a diferença de ESTADO. Se este obstáculo for removido, onde está o ‘milagre’ da transferência de pensamento, seja a que distância for?” [1]

A telepatia inconsciente que liga as mentes humanas está no alicerce da tradicional vigilância dos pais para garantir que os filhos tenham amizades corretas. Se alguém convive com quem tem bons pensamentos, recebe telepaticamente aquela energia. É verdade que nem sempre é indispensável estar junto a pessoas que pensam corretamente.

No Novo Testamento, Jesus se rodeia de pecadores e os inspira e os leva à recuperação moral e espiritual. Um homem bom e sábio tem o poder de irradiar luz e paz ao seu redor, e é protegido por sua própria pureza da contaminação magnética de sentimentos negativos. O clássico budista “Dhammapada” afirma:

“Eu chamo de brâmane [sábio] aquele que é amável entre os hostis, suave entre os violentos, e livre de ambições entre os que cobiçam” [2]

É pela telepatia inconsciente que, quando estamos com uma pessoa verdadeiramente santa, nos sentimos inspirados e elevados. Por isso os clássicos Versos de Ouro de Pitágoras aconselham: “Escolhe como amigo o mais sábio e virtuoso”.

A lei geral diz que “semelhante atrai semelhante”. O indivíduo deve deixar-se levar pela atração natural que o bem e a verdade exercem sobre ele, limitando e evitando outras influências. Mas de que modo funciona a transmissão de pensamentos? Em que dimensão da matéria sutil ela ocorre? O teosofista indiano Subba Row escreveu no século 19: “A explicação do fenômeno da transferência do pensamento depende da existência do fluído astral, um fluído que existe em todo o sistema solar, mas que não vai além dele.”

Para a ciência esotérica, o akasha ou luz astral é a contrapartida sutil e transcendente dos planos material, vital, emocional e mental da vida. Subba Row acrescentou: “Talvez a ideia da matéria em sua condição ultra-gasosa – matéria radiante – possa ajudar-nos a conceber o fluído astral”.

O termo “matéria radiante” se aplicava, no final do século 19, às primeiras descobertas científicas sobre aquilo que, mais tarde, seria chamado de energia radiativa e de energia atômica. Tecnicamente, a energia atômica pertence a um nível inferior do akasha ou luz astral.

Subba Row afirma que o fluído astral existe uniformemente por todo o espaço do sistema solar. Mas ele é mais denso em torno de certos objetos ou organismos, devido à ação molecular destes pontos: “Este é o caso, especialmente, do cérebro e da coluna vertebral dos seres humanos, onde o fluído astral forma o que é chamado de aura. É esta aura em torno das células e fibras nervosas que capacita o homem a perceber as impressões registradas na Luz Astral do cosmo.”

Cada pensamento ocorre junto com uma alteração correspondente na energia do sistema nervoso. A médio e longo prazo, o sistema nervoso sempre se adapta à natureza dos pensamentos que temos. Subba Row explica que a energia dos nervos tem sua própria aura, como ocorre com qualquer agregação de moléculas no mundo natural. Há uma ligação íntima e direta entre a energia dos nervos e a aura astral e magnética que os rodeia. A aura é uma verdadeira antena ligada para o mundo sutil. Ele escreve:

“Observamos que em certos casos um sentimento de calamidade é experimentado por uma pessoa, quando um amigo fisicamente distante está morrendo. Acreditamos que, de algum modo, nossas ideias mentais estão conectadas com as emoções de prazer e dor. (...) Algumas correntes podem transmitir sentimentos sem imagens (...)” [3]

Conforme a qualidade interior da sua consciência, cada cidadão terá o hábito ou será capaz de sintonizar e trazer para si por um esforço consciente determinados níveis da realidade. Ninguém é vítima das circunstâncias. O próprio ser humano cria a atmosfera psíquica em que lhe cabe respirar e viver. Um raja-iogue dos Himalaias escreveu:

“Cada pensamento do homem, ao ser produzido, passa ao mundo interno e se torna uma entidade viva (...). Ele sobrevive como inteligência ativa – uma criatura gerada pela mente – por um período mais curto ou mais longo, proporcionalmente à intensidade da ação cerebral que o gerou. Desse modo um bom pensamento é perpetuado como força ativa e benéfica, e o mau pensamento como demônio maléfico. O homem está constantemente ocupando sua corrente no espaço com seu próprio mundo, um mundo povoado com suas fantasias, desejos, impulsos e paixões; uma corrente que reage em relação a qualquer organização sensível ou nervosa que entre em contato com ela, na proporção da sua intensidade dinâmica.” [4]

O ser humano carrega em sua própria aura uma bagagem completa de pensamentos, de emoções e de registros de fatos do passado. Leva também as sementes diretas e indiretas do seu futuro. Parte deste conteúdo vem de vidas anteriores. O conteúdo da aura individual guia a pessoa ao longo da vida, mas não lhe suprime a liberdade ou a responsabilidade.

Seu livre arbítrio consiste em escolher o carma que irá plantar a cada momento, e decidir que sementes fará germinar dentro das condições existentes. Em grande parte, ele pode escolher de que influências se rodeia, e está ao seu alcance trabalhar para que as circunstâncias se renovem sempre para melhor.

Há inúmeras possibilidades de interação entre as consciências. O bom senso manda lembrar que cada ser humano é um resumo do cosmo e contém um mundo dentro de si. Quando duas pessoas têm opiniões diferentes sobre alguém, isso ocorre muitas vezes porque elas detectam ou priorizam componentes diversos do ser total daquela pessoa.

Não existe observação absolutamente neutra. Toda observação exerce alguma forma de influência sobre o ser ou objeto observado. Quando o indivíduo tem consciência do fato da telepatia involuntária e está disposto a agir corretamente diante deste desafio, ele trata de purificar sua mente e deixa de lado a tentação do pensamento destrutivo. Fazer isso fica mais fácil quando o seu olhar está voltado para a sabedoria universal. A mente humana é do tamanho daquilo que ela contempla, e nenhuma mente é pequena quando se dedica a metas elevadas.

Helena P. Blavatsky afirmou que é difícil encontrar alguém que não seja influenciado pela vontade ativa de outra pessoa. Ela deu alguns exemplos. Na guerra, quando um oficial que é visto com admiração vai para o front da batalha, os soldados entram em sintonia magnética com ele e compartilham do seu entusiasmo.

Seguem-no sem medo, enfrentando o perigo com bravura. Na igreja, o pregador religioso se ergue em seu púlpito e, ainda que diga o absurdo mais incongruente, seus gestos e o tom de lamentação da sua voz serão capazes de produzir uma mudança no estado de espírito do público. No teatro, as pessoas choram ou riem de acordo com o caráter do espetáculo.[5] Todos nós somos afetados o tempo todo pela vontade, pelos sentimentos e pelos pensamentos dos outros. E também os afetamos.

Quando alguém forma descuidadamente uma opinião negativa e inverdadeira de outra pessoa, comete um erro que não ficará impune. Aquele que é sensato evita formar opiniões negativas sobre as pessoas que ama, e também sobre as pessoas de quem não gosta. Todos são influenciáveis em alguma medida. Deve-se ter cuidado com a crítica aberta, se ela for destrutiva.

Mas o pensamento negativo que não é falado pode ser ainda pior, porque age de modo desapercebido. Deve-se ver as pessoas com um olhar generoso, e criticar honestamente as atitudes específicas que se considera erradas.

A visão geral que temos do outro deve ser positiva pelo menos por dois motivos. O primeiro é que temos motivos para reconhecer que o outro funciona, em parte, como um espelho de nós mesmos. Em segundo lugar, sabemos que cada ser humano possui, assim como nós, um potencial ilimitado para o bem.

A crítica deve limitar-se, pois, ao detalhe, ao instante, ao aspecto isolado. Não se deve criticar alguém sem mencionar sinceramente algumas das suas virtudes. Seria pouco inteligente, portanto, esquecer que cada ser humano tem em si a semente da perfeição. Somos todos alunos e professores na escola da vida, e ajudamos a construir o caráter uns dos outros, inclusive através dos processos telepáticos involuntários.

O cidadão atento está consciente de si mesmo e do seu propósito em relação a cada situação concreta. Deste modo ele não é levado como uma folha seca pelo vento ilusório dos pensamentos alheios. O bom aprendiz espiritual busca ser plenamente consciente dos sentimentos e pensamentos que emite, e estuda com paciência o processo pelo qual ele colhe, a cada momento, os frutos que lhe correspondem. Gradualmente, ele aprende a plantar o bem.

Então os pensamentos e sentimentos que produz, emite e transmite aos outros e à atmosfera astral passam a ser cada vez mais íntegros e ele se transforma em um centro de paz. É nisso que consiste a libertação espiritual.

Tudo no universo é feito de energia pulsante, e há inúmeros níveis de vibração. As cores, luzes e sons que percebemos, assim como as sensações de gosto, tato ou olfato, são todas ondas e faixas vibratórias. No ritmo das batidas do coração, no movimento dos pulmões e no fluxo de pensamentos e sentimentos, os movimentos da vida e a essência da matéria são cíclicos e ondulatórios.

O seu ritmo, porém, nem sempre é percebido com nitidez. O oceano infinito da vida possui correntezas bastante diversas. Ligado a uma onda de vida, o ser humano usa seu livre arbítrio para estabelecer seu mantra individual, um modo de vibrar e de expressar a Lei Una. Mas ele não pode esperar que o que faz seja apenas seu. Tudo que vibra em um indivíduo se transmite a outros e retorna até a origem, não sem distorções e acréscimos.

Todo ser humano produz constantemente correntes vibratórias nos vários níveis do pensamento, da emoção e do mundo físico, e estas linhas de ação ficam registradas na luz astral para seu débito ou crédito. Os pensamentos e sentimentos criados passam a ter uma certa vida própria.

O rumo e o efeito deles dependem, sobretudo, da intenção e da força com que foram emitidos. A aparência não conta: a crítica dura é bom carma quando a intenção é a superação do erro na direção da sabedoria. O elogio afável é mau carma, quando há insinceridade. A astúcia é o oposto da inteligência.

Existem telepatias positivas e negativas, mas a que interessa estimular é a telepatia que ocorre no nível da comunhão universal de todos os seres. Ninguém está separado. Nossos pensamentos, sentimentos e intenções criam uma faixa de sintonia magnética que nos une a tudo e a todos sobre os quais concentramos nossa atenção, e com os quais interagimos em nossa mente.

A vida e o carma ouvem e registram nossos pensamentos. E cada ser humano pode melhorar a qualidade do “som oculto” único que lhe é peculiar, e que é produzido pela soma total de seus pensamentos, emoções e ações.

O universo é um oceano que possui um patamar superficial de vida, e ali pode haver agitação e aparente desencontro. Ao olhar mais profundamente, vemos que tudo flui em unidade no mar dos pensamentos humanos. Aquele que assume plena responsabilidade sobre sua vida deixa de atuar de modo dispersivo. Ele concentra a energia vital em torno de metas permanentes.

Ele adota um objetivo de vida que é digno da sua alma imortal.

Os testes e provações serão indispensáveis para que o progresso seja sólido e durável, mas a paz interior passa a estar cada vez mais presente. A mente ganha estabilidade; surge um processo natural de distanciamento dos pensamentos desordenados. O olhar passa a ver mais longe. O céu da sua consciência fica claro e amplo, livre de nuvens e tempestades. É neste momento que a comunhão e a percepção conscientes do pensamento e do sentimento começam a ocorrer sem grandes obstáculos.


NOTAS:

[1] “The Key to Theosophy” (“A Chave Para a Teosofia”) , Helena P. Blavatsky, Theosophy Company, Los Angeles, 310 pp., 1987, ver capítulo XIV, p. 291. Há várias edições da obra em língua portuguesa.

[2] “The Dhammapada”, Theosophy Company, Los Angeles, 139 pp., ver capítulo 26, p. 93, aforismo 406.

[3] “Esoteric Writings”, T. Subba Row, Theosophical Publishing House, 576 pp., Índia, 1980, ver pp. 130-138.

[4] “O Mundo Oculto”, de Alfred P. Sinnett, Ed. Teosófica, Brasília, 2000, 232 pp., ver pp. 130-131.

[5] Estas ideias estão presentes no artigo de Helena Blavatsky intitulado “Are Chela Mediums? (“Os Chelas São Médiuns?”). O artigo está disponível na seção “Helena Blavatsky” do site www.filosofiaesoterica.com . Ele foi traduzido da coletânea de três volumes “Theosophical Articles”, de H.P. Blavatsky, Theosophy Company, Los Angeles, 1981, volume I, pp. 295-298.

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A primeira versão do texto acima foi publicada pela revista “Planeta”, de São Paulo. A versão atual, ampliada pelo autor, foi publicada no primeiro semestre de 2009 pela revista “Bodigaya”, de Porto Alegre. Visite www.bodigaya.com.br .

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